segunda-feira, 30 de agosto de 2010

OS 3 PRINCIPAIS CANDIDATOS A GOVERNADOR DE GO SÃO ACUSADOS DE COBRANÇA DE PROPINA,CAIXA 2 E FAVORECIMENTO ILÍCITO !

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A campanha eleitoral em Goiás ameaça sair do trilho e desandar para a mais pura baixaria. Enquanto os partidos finalizam as costuras das alianças para a disputa pelo Palácio das Esmeraldas, o que se vê por trás dos palanques é uma intensa mobilização das tropas de choque para uma verdadeira batalha campal cujo único objetivo parece ser a desqualificação do adversário. Com uma polêmica CPI em curso na Assembleia Legislativa e dezenas de ações correndo na Justiça, a multiplicação das denúncias em torno dos nomes dos pré- didatos ao governo estadual virou rotina.


“Em vez de projetos políticos, o debate eleitoral promete se transformar numa guerra de dossiês”, lamenta o promotor Glauber Rocha Soares, do Ministério Público de Goiás. Soares, porém, tem de conviver com a realidade e acaba de abrir um inquérito civil para apurar denúncia contra Aniela Braga, filha do secretário estadual da Fazenda, Jorcelino Braga, homem de confiança do governador Alcides Rodrigues (PP) e que estava sendo cotado para sucedê-lo. Aniela foi acusada de cobrar 10% de propina para liberar recursos do governo à Associação Renascer da Fé (Renafé), que assiste crianças em situações de risco e doentes de câncer. Num vídeo filmado pela própria presidente da entidade, Ivone Francisco dos Santos, a filha do secretário aparece recebendo dinheiro, aparentemente fruto da extorsão. Diante de queixas de Ivone sobre o alto valor da comissão, explica que a questão deve ser tratada com “o dono dos porcos”. “Quem?”, pergunta Ivone. “Meu pai”, diz Aniela. Ouvido pelo promotor, Braga disse que Aniela é fruto do seu primeiro relacionamento e que não teria convivência diária com ela.



“Perillo e Íris Rezende devem polarizar a disputa em Goiás, arrastando para si os demais partidos, como DEM e PT”
Luís Signates, da Universidade Federal de Goiás



Seja como for, a simples denúncia implodiu a précandidatura de Braga. “Creio que o nome dele fica inviabilizado”, avalia Luís Signates, diretor do Núcleo de Análise de Comunicação e Política da Universidade Federal de Goiás. Para Signates, o cenário eleitoral começa a se definir com as pré-candidaturas do senador Marconi Perillo pelo PSDB, que deve oficializá-la no próximo dia 10, e do prefeito de Goiânia, Iris Rezende, pelo PMDB. “Os dois ocupam praticamente a totalidade do espaço político do Estado e devem polarizar a disputa, arrastando para si os demais partidos como PT e DEM, reproduzindo o palanque federal”, diz ele.


O eleitor goiano terá de se contentar com candidatos que carregam nas costas uma lista de denúncias ou processos. Perillo, por exemplo, é alvo de inquérito no STF para apurar suposto caixa 2 e suspeitas de uso da máquina pública durante a eleição de 2006. Gravações feitas com autorização judicial mostram, segundo a PF, a movimentação de Perillo “para obter dinheiro, visando ao pagamento de dívidas de campanha e compra de apoio político”. Segundo o senador, as acusações não têm fundamento e fazem parte de uma campanha de difamação. “Há um jogo muito pesado e sujo contra mim porque faço oposição aos governos federal, estadual e municipal”, afirma. Perillo diz que as gravações vazaram por ordem do Palácio do Planalto. “Mesmo assim, não provam nada. Eu já estava eleito e tinha feito a prestação de contas. Essas conversas não têm ligação com minha campanha”, garante.


O senador tucano também está sendo denunciado pelo Ministério Público de Goiás por improbidade administrativa, em razão de irregularidades num convênio de R$ 4,5 milhões firmado pela Companhia Energética do Goiás (Celg) com a Fundação Pro-UniRio, quando era governador (1998-2002). “A testemunha do processo disse que o dinheiro foi desviado para financiar a campanha da senadora Lúcia Vânia para a prefeitura. Mas ela não foi denunciada”, reclama Perillo. “Isso é Na esteira de acusações e denúncias em Goiás, sobrou também para o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, acusado pelo MP de improbidade administrativa. Em ação civil, a promotora Villis Marra questiona um contrato de R$ 360 milhões, sem licitação, para a instalação de parquímetros, firmado com a empresa Enatech, do ex-vereador Carlos Soares.


O político é amigo do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que voltou a operar nos bastidores da política goiana. A Justiça concedeu liminar suspendendo o contrato, mas excluiu o prefeito da ação. “Estamos analisando um recurso”, avisa a promotora. Rezende também é alvo de investigação da Polícia Federal por causa de outro contrato, firmado em dezembro entre a Companhia de Processamento de Dados de Goiânia e a Linknet Informática, no valor de R$ 6,8 milhões, para a locação de equipamentos de informática.


A Linknet, do empresário Gilberto Lucena, é uma das empresas envolvidas no escândalo de corrupção do governo do Distrito Federal, conhecido como “Mensalão do DEM”. “Em 2006, esse empresário tentou assinar um contrato no valor de R$ 4,5 milhões com a prefeitura. Agora, o prefeito insiste nesse absurdo de contratar a Linknet”, critica o vereador Elias Vaz, do PSOL. Rezende foi procurado por ISTOÉ, mas não quis se manifestar sobre as acusações. Para o deputado Ronaldo Caiado (DEM), que tenta viabilizar sua candidatura ao governo, como terceira via, a política em Goiás está sufocada. “Marconi e Iris tiveram sua chance. É preciso sangue novo e limpo”, diz Caiado. Ou, pelo menos, lavar a roupa suja.


ISTOE.COM.BR




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