sábado, 15 de janeiro de 2011

3 DIAS DE CHUVAS NO RIO MATARAM MAIS QUE 1 MÊS DE CHEIAS NA AUSTRÁLIA!

Arte R7 e AFP

Moradores tentam vencer correnteza em Teresópolis (à esq.), enquanto Brisbane, Austrália, fica embaixo d'água



Nas últimas três semanas, o Estado de Queensland, na Austrália, teve suas piores chuvas desde 1893. Mais de 200 mil pessoas estão desabrigadas e 14 perderam a vida. A milhares de quilômetros de distância, a região serrana do Rio de Janeiro também vive um cenário de desastre – a diferença, no entanto, é que em três dias de chuva, 520 pessoas morreram.


A falta de investimentos em infraestrutura e a ocupação irregular em regiões de perigo, como áreas de morro e de mananciais, explicam a grande diferença no número de vítimas.


Para o urbanista Kazuo Nakano, do Instituto Polis, “a Austrália muito provavelmente tem uma regulação territorial muito mais estrita que a do Brasil, o que faz toda diferença”.


- É só lembrar do terremoto do Haiti [que matou mais de 200 mil pessoas] e o do Chile [que matou menos de 1.000, embora de maior intensidade]. Morreu menos gente no Chile porque havia um controle urbano maior. Essas medidas preventivas não eliminam completamente os efeitos, mas minimizam bastante.


Em visita à região serrana nesta quinta-feira (13), a presidente Dilma Rousseff admitiu que as autoridades muitas vezes fecharam os olhos para o problema.


- Moradia em área de risco no Brasil é regra, não é exceção. Entretanto, em muitos casos os governos incentivaram.



Arte R7

Austrália vive um “tsunami”, segundo governadora



Na última semana, choveu 614 mm na cidade de Peachester, segundo o Escritório de Meteorologia da Austrália. O meteorologista Grant Beard, citado pela revista Australian Geographic, disse que nas últimas semanas “choveu 60% a 75% do volume médio de chuvas em três meses, de janeiro a março”.


No Rio de Janeiro, na noite desta terça-feira (12) choveu o equivalente a 20 dias, segundo Marlene Leal, meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A região serrana tem índice pluviométrico de 290 mm de chuva por mês, mas que em apenas uma noite Nova Friburgo teve precipitação de 182 mm e Teresópolis 124 mm.


A governadora de Queensland, Anna Bligh, comparou as cheias ao poder devastador de um tsunami.


Tanto na Austrália quanto no Brasil os meteorologistas culpam o fenômeno La Niña como o responsável pelas chuvas. O La Niña provoca o resfriamento das águas do oceano Pacífico, que interfere na circulação atmosférica em todo o planeta, fazendo com que a chuva aumente ou diminua em diferentes regiões.


Última inundação em região australiana foi em 1974


O Estado de Queensland é o segundo maior da Austrália. Com 1,8 milhão de m², é maior que o Amazonas e muito maior que o Rio de Janeiro – com 43,7 mil km².


Diferente do Rio de Janeiro, onde 366 pessoas vivem por km² em média (dados do IBGE, de uma população total de 16 milhões), em Queensland a densidade é de 2,6 habitantes por km², de um total de 4,5 milhões (dados do governo australiano).


Assim como o Rio, o sudoeste de Queensland tem uma planície costeira, uma cadeira de montanhas e um planalto. Já a região australiana é bastante seca.


Outra diferença é que o Rio está acostumado a chuvas, enquanto Queensland tem um clima seco. A última grande enchente atingiu a capital, Brisbane, em 1974. Após a inundação, o governo construiu um grande piscinão, que neste ano não suportou o volume da chuvas e teve de ser aberto.


FONTE: R7



0 comentários:

Postar um comentário