terça-feira, 1 de março de 2011

DELEGADOS SÃO AFASTADOS APÓS TIRAR ROUPA DE ESCRIVÃ A FORÇA DURANTE REVISTA EM SP

Reprodução de imagem You Tube



Os dois delegados da corregedoria da Polícia Civil de São Paulo que tiraram a roupa de uma ex-escrivã durante revista foram afastados pelo secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, na noite desta segunda-feira. O vídeo da ação, com aproximadamente 12 minutos, foi divulgado na internet. Nele, um dos delegados, algema a escrivã e arranca a roupa dela à força. Após ser despida, os políciais encontraram quatro notas falsas de R$ 50. A escrivã, chamada de Vanessa no vídeo, foi acusada de corrupção e afastada do cargo.

No vídeo datado em 15 de junho de 2009, a escrivã negava-se a ficar nua em frente aos policiais para ser revistada. Ela exigia a presença de uma policial feminina ou uma delegada da corregedoria. Nervoso, um dos delegados afirmava que ela teria que tirar a roupa.


Um vídeo divulgado no YouTube mostra o constrangimento:





- Chama uma policial feminina, não vou ficar pelada na frente de você. Isto é constrangimento ilegal - diz a acusada.


- Tem dinheiro falso dentro da calça dela e eu preciso ver - afirma o delegado.


No momento da ação, não havia policial feminina na delegacia. Um dos presentes disse ao delegado que a revista em uma mulher deve ser feita por mulher.


- A lei fala que a revista pode ser feita tanto por homem quanto por mulher. Exceto em caso de retardado e retardada - ironizou o delegado.


- Pode me revistar, mas pelada não - ressaltou a Vanessa.


- É o que diz o artigo 244. Se houver mulher para revistar, ela revista. Em caso contrário, não.


Delegado e escrivã discutiram por cerca de 5 minutos, até que a autoridade da corregedoria ameaçou dar voz de prisão, caso ela não colaborasse.


- A revista tem de ser minuciosa. Você vai ter que ser revistada.


- Por homem não, meu Deus!


- Se você não for revistada aqui, vou lhe dar voz de prisão por desobediência. Se não for revistada, vou lhe dar voz de prisão por resistência.


- Pode dar, pois nua eu não fico - enfrentou a mulher.


Uma policial feminina chega ao local, mas Vanessa se nega a tirar as calças, onde o delegado afirmou que estava o dinheiro.


- Se quiser passar as mãos em mim, pode passar, mas nua eu não fico...

- Então encosta na parede...


- Pode me revistar, mas chama uma mulher. Não quero que um homem me veja nua.


O delegado não aceitou o argumento da suspeita de corrupção, mesmo com três mulheres presentes no local.


- Você não tem que querer, Vanessa


Depois das negativas, o delegado dá voz de prisão e ela chama pelo delegado titular da delegacia, mas sem sucesso. Vanessa foi algemada.

- Doutor, eles querem me prender. O senhor vai deixar? O senhor quer ficar e os outros saem? Eu deixo.


O delegado titular se nega e pede para ela ser revistada na corregedoria.


- Ela será revistada aqui, pois, se não, irá dizer que colocamos dinheiro na roupa dela. Conhecemos o caso - ressalta o corregedor.


Ela falou que prevaricou. Não tenho mais nada para falar com você, apenas revistar.


O corregedor perde a paciência.

- Você vai tirar a roupa agora, nem que seja à força.


Vanessa se nega e uma discussão se forma na sala. Policiais levantam Vanessa da cadeira e começam a tentar tirar a roupa da mulher. Ela se joga no chão e diz que uma segunda mulher havia pego o dinheiro falso.


- Você vai tirar a calça; vai tirar, vai tirar - pressiona o delegado corregedor.


- Não vou tirar...Doutor, Wilson, Vitor, doutor, chama policial feminina

- Ela vai ficar pelada na frente de todos. O dinheiro tá dentro da calça dela.


Mesmo com os argumentos e recusas de Vanessa, um guarda civil, uma policial feminina e o delegado corregedor começam a abrir as calças de Vanessa, que fica fica seminua.

- Tá aqui o dinheiro!, diz um deles.



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